Humanidade se não deixar o planeta não sobreviverá
O físico Stephen Hawking afirmou
nesta quarta-feira (29 junho 2016), que a exploração espacial deve continuar,
já que o futuro da humanidade depende disso, pois os homens não conseguirão
sobreviver mais mil anos sem ir “além de nosso frágil planeta”.
Hawking participou da terceira
jornada do Festival Starmus que reúne cientistas e músicos em Tenerife e La
Palma, nas Ilhas Canárias, na Espanha, entre eles 11 prêmios Nobel, em uma
edição que se desenvolve sob o lema: “Além do horizonte, um tributo a Stephen
Hawking”.
O cientista britânico ressaltou
que há muitos experimentos ambiciosos programados para o futuro, como mapear a
posição de bilhões de galáxias, além de utilizar os supercomputadores para
compreender melhor “nossa posição” no Universo.
Talvez, algum dia, seja possível
utilizar as ondas gravitacionais para olhar para trás, em direção à origem do
próprio Big Bang, afirmou o premiado físico, que se mostrou convencido de que a
humanidade deve “continuar explorando o espaço para seu futuro”.
Hawking fez um balanço emotivo de
sua vida em uma conversa intitulada “Minha breve história” – em referência a
seu famosíssimo livro “Uma breve história do tempo” – e assegurou que viveu um
tempo glorioso realizando pesquisas sobre física teórica.
“Nossa imagem do Universo mudou
bastante nos últimos 50 anos e fico feliz de ter feito uma pequena
contribuição”, disse aquele que é considerado um dos cientistas mais influentes
do mundo.
Para Hawking, nós humanos não
somos mais do que conjuntos de partículas que, no entanto, estão próximas de
compreender as leis que nos governam, “e isso é uma grande vitória”.
A cosmologia se transformou em
uma ciência de precisão em 2003 com os resultados do satélite Wmap, que
produziu “um mapa maravilhoso das temperaturas do fundo cósmico a um centésimo
de sua idade atual”.
Nele, é possível perceber como a
atração gravitacional desacelera a expansão de uma região do Universo, até que
eventualmente colapsa sobre si mesma para formar galáxias e estrelas.
Esse mapa “é a pegada da
estrutura de tudo o que há no Universo”, opinou Hawking, que afirmou que agora
o satélite ESA Planck produziu outra imagem com uma resolução muito mais alta e
que, com ela, talvez seja possível detectar a marca das ondas gravitacionais,
algo como “ter a gravidade quântica escrita no céu”.
Stephen Hawking nasceu em 8 de
janeiro de 1942, justo 300 anos depois do nascimento de Galileu, mas calcula
que nesse mesmo dia devem ter nascido outras 200 mil pessoas no planeta, e lembrou
que, apesar de sua péssima caligrafia, os companheiros de escola o chamavam de
Einstein.
Hawking já falava no colégio
sobre a origem do Universo e se nisso havia intervenção divina. Quando entrou
na Universidade de Cambridge, a cosmologia em geral não era algo ainda muito
desenvolvido e o jovem Hawking se dedicou a ler a teoria geral da relatividade
“sem chegar a compreendê-la a fundo”.
Foi naquela época que ele começou
a perceber que algo não estava bem com seu corpo, já que não tinha facilidade
para remar, nem para patinar sobre o gelo e ficou deprimido ao ver como seu
estado de saúde piorava rapidamente e não sabia se viveria o suficiente para
finalizar sua tese.
Este foi o início da esclerose
lateral amiotrófica da qual padece, uma doença que o ajudou a ver que “cada
novo dia era uma recompensa”, conforme ele mesmo destacou, e que o encorajou a
ter curiosidade e, por mais difícil que a vida possa parecer, a estar consciente
de que “sempre há alguma coisa que alguém pode fazer bem feito: o que importa é
não se render jamais”.
Fonte: Terra
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