Relação - Interdependência
Mostrar a interdependência entre
os seres vivos é o primeiro passo para ajudar a entender o desequilíbrio
ambiental causado pela extinção de espécies. Nos primeiros anos escolares, as
crianças aprendem sobre o ciclo de vida dos animais. Nessa fase, o professor
deve começar a ampliar a visão dos alunos sobre a relação entre as espécies,
mostrando que há uma ligação entre elas e com o meio ambiente. É importante
mostrar do que se constituem os seres vivos e que eles dependem uns dos outros
para realizar suas funções vitais.
Uma das formas de fazer isso é
apresentar o conceito de cadeia alimentar e os impactos de qualquer alteração
nela, como a extinção de uma espécie. No Brasil, há pelo menos 627 animais
ameaçados de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Atualmente, 16.119 espécies são
consideradas em perigo em todo o mundo. Diferentemente da extinção dos
dinossauros, 65 milhões de anos atrás, o desaparecimento das espécies atuais é
provocada essencialmente pela ação humana. A atual taxa de extinção das
espécies, causada pelo homem, é estimada como mil a dez mil vezes maior do que
a taxa natural de amortização, ou seja, a morte de uma espécie causada
exclusivamente por fatores naturais.
As espécies deixam de existir por
diversos motivos, mas sobre tudo devido à fragmentação do habitat, ou seja,
quando a devastação das florestas e matas acaba criando bolsões isolados de
fauna e flora. Por exemplo: a mata Atlântica original, era uma linha contínua
do Norte ao Sul do Brasil. Com a ocupação humana, tiramos muito dessa floresta
e o que restou hoje está dividido. Os bichos ficam isolados em bolsões de mata
e, com isso, não há reprodução entre os animais de regiões diferentes. Isso faz
com que os mais sensíveis acabem desaparecendo.
Além disso, temos caça, poluição,
tráfico de bichos silvestres e a introdução de animais exóticos pelo homem, que
não pertencem originalmente ao habitat.
Há exemplos de espécies ameaçadas
em diversos biomas brasileiros e as consequências da extinção extrapolam o
simples desaparecimento. Quando ocorre a diminuição ou extinção de uma
determinada população, geralmente temos a diminuição de indivíduos que se
alimentam dessa população e o aumento do número de organismos que serviam de
alimento para ela.
Outros desdobramentos podem ser
mencionados. Muitos pássaros e insetos contribuem para a polinização de
plantas, garantindo a reprodução desses vegetais até mesmo em outros
continentes. Caso eles sejam extintos, o processo será interrompido. Por isso,
a degradação de um ambiente a quilômetros de distância de outro preservado pode
acarretar no desaparecimento dos dois ecossistemas.
As interações biológicas podem
ser didaticamente trabalhadas com ênfase aos componentes vivos e não-vivos de
um ecossistema, sendo importante o professor explanar as influências intra e
interespecíficas das populações envolvidas em eventos ecológicos que causam
benefícios ou malefícios a um organismo ou ao grupo a que pertence, observando
aspectos como:
- Reconhecer as principais
relações entre os seres vivos;
- Desenvolver a observação
crítica nos alunos no que se refere às interações que ocorrem entre os seres
vivos na natureza;
- Salientar a importância das
relações entre os seres vivos para a sobrevivência dos mesmos;
- E evidenciar a relação
existente entre os organismos vivos e o meio através de exemplos.
RELAÇÕES
HARMÔNICAS
Mutualismo: é uma relação entre
indivíduos de espécies diferentes, as duas espécies envolvidas são beneficiadas
e a associação é necessária para a sobrevivência de ambas. Um bom exemplo dessa
relação é a associação de algas e fungos formando os liquens. Neste caso os
fungos abrigam as algas e as mesmas alimentam os fungos.
Protocooperação: é uma relação
entre indivíduos de espécies diferentes, elas podem viver de modo independente
sem que isso possa prejudicá-las. Na natureza, um exemplo é o de mamíferos e
búfalos que são aliviados de seus carrapatos por pássaros, que comem esses
parasitas.
Colônias: são relações entre
indivíduos da mesma espécie (isomorfas) ou de espécies diferentes
(heteromorfas), ligados fisicamente entre si, ocorrendo ou não divisão de
trabalho.
Com divisão de trabalho →
caravela (celenterado);
Sem divisão de trabalho →
agrupamento de bactérias.
Comensalismo: relação entre
indivíduos de espécies diferentes, onde apenas uma delas se beneficia sem, no
entanto, prejudicar ou beneficiar a outra. Nesse tipo de relação, o comensal se
alimenta daquilo que é rejeitado pela outra espécie. Trata-se de uma relação
observada entre o urubu e o homem. O urubu alimenta-se dos restos deixados pelo
homem em lixões e aterros.
Inquilinismo: nesta associação
mantida por indivíduos de espécies diferentes, apenas uma se beneficia sem
prejudicar a outra. O inquilino (espécie beneficiada) obtém abrigo ou ainda
suporte no corpo da espécie não beneficiada (hospedeiro). Um exemplo desse tipo
de relação é o das bromélias e orquídeas que se fixam no tronco das árvores.
Sociedade: é um tipo de relação entre indivíduos da mesma
espécie, sem união física, porém caracterizada pela divisão de trabalho. As
sociedades das abelhas, das formigas e dos cupins são bons exemplos deste tipo
de relação.
RELAÇÕES
DESARMÔNICAS
Competição: relação em que
organismos da mesma espécie ou de espécies diferentes disputam por recursos do
meio que não existem em quantidades suficientes para todos (alimento,
território, reprodução, luminosidade).
Competição territorial →
demarcação de área por alguns mamíferos: cães e lobos;
Competição por luminosidade →
plantas de uma floresta densa para realização de fotossíntese;
Competição por alimento
(nutrientes) → plantas cujas raízes atingem a mesma profundidade no solo.
Canibalismo: uma relação que envolve indivíduos da mesma
espécie, onde um deles mata o outro para se alimentar.
Exemplos de canibalismo → a
viúva-negra (aranha) e a fêmea do louva-a-deus, devoram o macho após a cópula
(ato sexual).
Predatismo: relação mantida por
indivíduos de espécies diferentes, na qual um organismo captura e mata outro
para se alimentar.
Carnívoros → gavião, cascavel e
onça;
Herbívoros → gafanhoto, boi e
cavalo.
Parasitismo: relação ecológica entre indivíduos de espécies
diferentes, onde uma espécie é beneficiada (o parasita) e a outra é prejudicada
(o hospedeiro). Os parasitas podem viver sobre (ectoparasita) ou dentro
(endoparasita) do corpo do hospedeiro.
Ectoparasita → piolho e o homem;
Endoparasita → lombriga e o
homem.
Fonte: Canal do Educador e Planeta Sustentável
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