Ecoterrorismo e Violência Ambiental
A poluição do meio ambiente e o
uso impróprio dos recursos naturais levam a população a se engajar, formando
grupos de defesa ecológica. O que muitas vezes acontece, é que estes grupos
cometem crimes contra propriedades privadas. Este seria um resumo de como os
conceitos do ecoterrorismo e da violência ambiental se relacionam. Entenda os
conceitos, quando ações do homem contra a natureza provocam a reação do próprio
homem contra ele mesmo.
Violência
ambiental
A violência ambiental nada mais é
do que a poluição do meio ambiente, a exploração indiscriminada de recursos não
renováveis, ou seja, o impacto da humanidade na natureza. Podemos citar como
exemplo o desmatamento, quase metade de toda cobertura vegetal do planeta já
virou cinza, dos 62,2 milhões de km² de florestas, só restam 38,7 milhões.
Outras violências ao meio ambiente seriam o despejo de resíduos sem tratamento,
incluindo esgoto e lixo industrial depositados em rios, lagos e oceanos; a
poluição do ar, causada pela queima de combustíveis fósseis, geração de energia
e atividades fabris; a utilização de recursos não renováveis, como o petróleo e
a extinção de espécies que constituem a fauna e a flora.
DESMATAMENTO - A demanda por
madeira e carvão, assim como a instalação de cultivos agrícolas, eliminou quase
metade da cobertura vegetal do planeta. Para ter uma ideia, de um total de 62,2
milhões de quilômetros quadrados de florestas originais no mundo, restam apenas
38,7 milhões. Só na Europa e na Ásia, quase 70% das florestas já viraram cinza.
Essa derrubada da cobertura vegetal é um dos grandes flagelos impingidos pelo
homem ao meio ambiente.
LIXO - Uma das maiores pragas do
mundo contemporâneo - causada, entre outros fatores, pelo aumento populacional,
pela urbanização descontrolada e pelo consumo indiscriminado -, o despejo de
resíduos sólidos e líquidos é uma séria ameaça tanto para o meio ambiente
quanto para a sociedade. Os principais problemas gerados pelo lixo são a
poluição do solo e das águas, o acúmulo de material não degradável ou tóxico e a
proliferação de insetos transmissores de doença. Nos meios urbanos, os dejetos
amontoados ao léu também colaboram para a ocorrência de enchentes, por obstruir
os cursos de água. E trata-se de um problema global, não restrito aos
"deseducados" países em desenvolvimento. Os Estados Unidos, por
exemplo, produzem nada menos que 200 milhões de toneladas de lixo por ano. Por
fim, é bom lembrar: para a fabricação de produtos que, mais tarde, se
transformarão nesse lixo todo, gastam-se uma quantidade exorbitante de
matéria-prima.
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS - A poluição
das águas é causada, sobretudo, pelo lançamento de dejetos industriais e
agrícolas, esgoto doméstico e resíduos sólidos. Isso compromete a qualidade das
águas superficiais e subterrâneas em inúmeros pontos do planeta. Os rios e
lagos são considerados os ambientes mais ameaçados do globo. Sofrem, por
exemplo, com o fenômeno conhecido como eutrofização: os esgotos domésticos são
ricos em matéria orgânica, que sofre a ação de micro-organismos, resultando na produção
de nutrientes; assim, quando esse esgoto é lançado na água, produz um excesso
de nutrientes que acaba provocando o crescimento extraordinário de algas, essas,
por sua vez, impedem a passagem da luz e a transferência do oxigênio
atmosférico ao meio aquático. Outro exemplo de degradação,
agora das águas subterrâneas, é o caso do Aquífero Guarani, um dos maiores
reservatórios de água doce do mundo. Em algumas regiões, como em Ribeirão Preto
(SP), estudos apontam elevado grau de contaminação por agrotóxicos Os ambientes
marinhos e costeiros também estão seriamente ameaçados pela poluição, pela
superexploração da pesca e por acidentes ou descargas em alto-mar, como no caso
dos catastróficos vazamentos de petroleiros.
POLUIÇÃO DO AR - A poluição do
ar é causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis nos transportes
e na geração de energia elétrica e pela atividade industrial. Dióxido de
carbono (CO2), o grão-vilão do efeito estufa, monóxido de carbono (CO) e
hidrocarbonetos (HC) são alguns dos poluentes mais emitidos. Praticamente todos
eles são bastante nocivos ao homem e ao meio ambiente. No mundo inteiro,
segundo o relatório Desafio Global, da ONU (2002), mais de 3 milhões de pessoas
morrem ao ano em razão de poluição por essas substâncias.
Ecoterrorismo
O ecoterrorismo é praticado,
justamente, como forma de reação à violência ambiental. Organizações defensoras
da natureza muitas vezes cometem crimes contra governos ou empresas que por
algum tipo de ação, estão prejudicando o meio ambiente. O foco é prejudicar
quem está contribuindo para a destruição do meio ambiente. Casos de
ecoterrorismo incluem a pichação e interdição de fábricas ou usinas
termoelétricas de energia, invasão de propriedade privada, obstrução de vias
públicas, entre outros.
Outra definição para o conceito
de ecoterrorismo seria a destruição intencional e deliberada de recursos
naturais para prejudicar países ou organizações rivais. Este tipo de situação
acontece frequentemente em guerras declaradas entre nações. Um exemplo seria a
utilização de agentes biológicos para a contaminação de suplementos de água de
uma determinada região, disseminando doenças.
Caracterização
de ecoterrorismo segundo Revista Militar
CONFLITOS ETNO-POLÍTICOS - Ocorrem
quando dois ou mais grupos étnicos partilham uma mesma área ambientalmente
degradada onde ocorrem recursos improdutivos; uma mesma área com graus
diferentes de produtividade. Os recursos são insuficientes e é essa a causa da
escalada do conflito; em outro caso, uma das facções invade o território de
outras e ocorrem então as confrontações. Exemplos deste tipo de conflitos são
os ocorridos, respectivamente no Ruanda e entre o Bangladesh e a Província
Indiana de Assam. No primeiro caso há uma crise de subsistência, com elevada
densidade populacional e sobre exploração do solo associados com deflorestação.
O resultado desta situação foi a instauração de um estado de guerra com
massacres e genocídio. No segundo caso as consequências não foram tão graves, embora
com causas subjacentes análogas.
CONFLITOS CENTRO-PERIFERIA - Os
conflitos centro-periferia ocorrem em geral em sociedades em desenvolvimento. Existe
um grupo altamente dependente do capital natural ou um espaço que deixa de poder
ser usado, já que esse uso colide com o interesse de outros que pretendem fazer
uma utilização diferente nesse espaço. Entretanto, o produto que resulta dessa nova
utilização não é capaz de substituir o da primeira. Por exemplo, uma sociedade
rural dependente da sua floresta e do seu solo por razões de sobrevivência e proteção
pode entrar em conflito com o governo, ou grupos econômicos que queiram
instalar minas, barragens, unidades industriais ou outras nas zonas onde se encontram
implantados, inviabilizando campos agrícolas e pastagens, degradando os meios
hídricos e floresta etc. Este tipo de conflitos referenciando o caso dos testes
nucleares franceses no Pacífico, na Polinésia. Alguns efeitos das alterações
climáticas poderão configurar também, em breve, conflitos deste tipo.
CONFLITOS DE MIGRAÇÃO REGIONAL -
São provocados por fenômenos migratórios dentro do próprio Estado, induzidas
por fatores como secas, cheias, erosão e desertificação. Estes fatores podem
ter um caráter persistente ou sazonal, associando-se movimentos nomadas a essa
sazonalidade. Os migrantes dirigem-se para zonas mais férteis, aumenta a
densidade dos que querem fruir dos recursos em presença (naturais ou produzidos,
como é o caso de colheitas), aumentando a possibilidade de conflitos. Por exemplo,
os pastores Himalaias descem com os seus rebanhos das montanhas para os planaltos
férteis da Ásia Central. No Corno de África, ocorre migração desde zonas com
solo degradado pela monocultura e em erosão para vales mais férteis. No Sudão, grupos
semi nomadas afluem a montanhas subtropicais, vindos de zonas semi áridas.
CONFLITOS DE MIGRAÇÃO TRANSNACIONAL -
Podem ser do gênero das referenciadas que podem também decorrer de causas não
ambientais como a guerra ou outros atos que impelem à fuga (a falência da ação
dos governos, exclusão social, pobreza, a existência de fatores naturais ou
empreendimentos baseados na utilização desses recursos. Uma vez chegados os grupos
migratórios aos destinos (já fora do Estado de Origem), passam então a ocorrer
os conflitos para acesso aos recursos naturais como o espaço, o solo agrícola, a
floresta como fonte de biomassa (cuja utilização pode vir a ter impactes a
outros níveis), os recursos piscícolas, etc.
CONFLITOS COM MIGRAÇÃO DE ORIGEM
DEMOGRÁFICA - Ocorrem também em sociedades menos desenvolvidas, organizadas
numa base fortemente rural e dependentes dos recursos ambientais. Quando essas
sociedades envolvem densidades populacionais elevadas, com necessidades de
recursos acima do que o meio lhes pode fornecer ocorre sobre-exploração desses
recursos e degradação ambiental. São estas as razões que promovem o êxodo, em
várias direções (mesmo para fora das fronteiras), indo as populações fixarem se
em zonas onde o fenômeno tenderá a repetir-se. Essas zonas podem ser periurbanas,
resultando daí conflitos sociais ou, zonas rurais. Em zonas rurais a propriedade
pode ser privada e quanto maior a sua dimensão maior probabilidade tem de
resultar em conflitos, já que, envolve mais agentes lesados. Há zonas que podem
ter caráter conservacionista e nessa altura, quando se tenta impedir as
populações de permanecerem em parques ou reservas naturais, é difícil
fazer-lhes ver que a sua permanência aí será fator de degradação. Sentindo-se de
novo discriminados inicia-se um ciclo de hostilidade (casos no Quênia e
Tanzânia).
CONFLITOS DE PARTILHA DE BACIAS
HIDROGRÁFICAS - Muito embora possa ocorrer entre comunidades do
mesmo Estado, a partilha de rios internacionais é dos tipos mais óbvios de
conflitualidade potencial. Não obstante, ocorrem mais frequentemente envolvendo
violência, como outros, em países menos desenvolvidos. Os Estados e as
instituições estão menos consolidados, existe algum sentimento de desconfiança
perante os vizinhos, o Direito internacional não tem grande importância, as
necessidades envolvem por vezes fatores de sobrevivência (são sociedades muito
dependentes da terra), os instrumentos de diálogo que permitiriam dirimir
cooperativamente as diferenças de pontos de vista e de interesses não estão
afinados, etc. são muitos estudados, em geral são os Estados de jusante que são
mais lesados (e aqueles que iniciam as hostilidades), subjazendo aos conflitos
razões de: quantidade de água (os caudais afluentes são menores e o regime
hidrológico encontra-se alterado); de qualidade da água (ocorrem atividades a
montante que implicam custos de tratamento a jusante para que a água possa ser
utilizada); e de potencial hidroelétrico. Esses conflitos relacionam-se com os
caudais afluentes (quantidade, qualidade e regimes) e, com os locais para
instalar regularizações (o que motiva algumas vezes questões relacionadas com a
delimitação de fronteira e com a inundação de terrenos com diversos tipos de
utilização, de infraestruturas, de patrimônio e de ambiente natural, que ficam
inviabilizados com a constituição de barragens). A vulnerabilidade das
“sociedades de jusante” perante os recursos hídricos (que depende do nível de
escassez introduzido a montante e das características sócio econômicas a
jusante) e a importância estratégica atribuída à água são as razões determinantes
do conflito.
CONFLITOS AMBIENTAIS GLOBAIS - Em
face da natureza transnacional dos fenômenos de natureza ambiental com caráter
global (como os provocados por alterações climáticas, poluição atmosférica e
chuvas ácidas, diminuição da camada de ozônio, aquecimento global, etc), os conflitos
que poderão resultar entre “quem causa” e “quem sofre” as consequências dos fenômenos
globais são dos que poderão envolver mais agentes, sendo esses agentes os
Estados. Não existem notas históricas sobre conflitos deste tipo. Contudo trata-se
de fenômenos relativamente recentes, envolvendo contudo consequências devastadoras
- IPCC (2002) e em breve poderão começar a existir países querendo legitimamente
ser ressarcidos de danos ambientais provocados por terceiros, já que são
alheios às suas causas. Se foi difícil gerir internacionalmente o não acordo
dos EUA ao Protocolo de Quioto com vista a diminuir a emissão dos gases com
efeito de estufa (já que aquele país é o principal contribuinte mundial naquele
domínio), adivinham-se grandes dificuldades quando os conflitos eclodirem,
também eles a nível global.
Fonte: www.pensamentoverde.com.br
Excelente matéria, parabéns!
ResponderExcluiramei muito bom ajudou minha filha com o trabalho da feira de ciencias dela
ResponderExcluirMuito bom, me ajudou com o meu trabalho de Ciências! Merece cinco estrelas.
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