Novas tecnologias de geração de energia e seus impactos ao meio ambiente
O aumento da utilização dos
combustíveis fósseis observado desde o início da era industrial causou o
aumento em torno de 30% da concentração de dióxido de carbono atmosférico e, provavelmente
o aumento da temperatura global. Temperaturas globais elevadas podem levar ao
derretimento das calotas polares e ao aumento dos níveis dos oceanos, o que irá
provocar a migração das populações das regiões litorâneas do planeta para áreas
mais altas. Isto também pode significar uma mudança nas áreas de agricultura,
uma vez que os padrões de precipitação se deslocam em direção ao norte.
Se, por causa da preocupação com
o aquecimento global, queremos reduzir a quantidade de combustíveis fósseis consumidos,
quais substitutos podem ser utilizados? Mais energia solar ou nuclear? Até que
ponto podemos dizer que confiamos totalmente em sua segurança e efetividade
para adotarmos os métodos de enterrar os resíduos radioativos gerados pelas
usinas nucleares? O que podemos utilizar em substituição à gasolina em nossos
amados carros? É o etanol produzido a partir de cereais um substituto
energicamente eficiente? Devemos utilizar alimentos como combustível se existem
várias pessoas subnutridas? Devemos subsidiar a energia solar para que ela se
torne economicamente competitiva com os combustíveis fósseis (que são mais
baratos), uma vez que sabemos que os estoques de combustível fóssil são finitos
e que a sua utilização danifica o ambiente?
O tema energia tem um significado
importante no debate da questão ambiental e do desenvolvimento sustentável.
Isto porque para o desenvolvimento econômico a energia é um dos insumos
básicos. Ela não é apenas um componente da infra estrutura industrial de um
país, mas é também de outros setores como, por exemplo, o setor de transportes,
telecomunicações, comércio e educação. Por outro lado, no que diz respeito à
questão ambiental, vários desastres ecológicos e alterações no meio ambiente
têm relação estreita com o suprimento de energia surgindo, portanto, várias
críticas às teorias de desenvolvimento existentes.
A sustentabilidade no suprimento
de energia é o grande desafio que se coloca para o futuro da humanidade. Aliado
a isso, outro desafio de tal envergadura é o atendimento da população sem
acesso a energia elétrica. É notável que aproximadamente 1,6 bilhões de pessoas
ainda não têm acesso à energia elétrica ou outras formas de energia comercial e
que os 20% mais pobres usem somente 5% do total de energia consumida no mundo. Globalmente,
a demanda por energia está aumentando em sintonia com o desenvolvimento
socioeconômico. Além disso, há grandes disparidades no nível de consumo, não só
entre diferentes países, mas também entre ricos e pobres no mesmo país.
Segundo as conclusões do World
Energy Outlook, a demanda primária de energia mundial e as emissões de carbono
crescerão respectivamente 65% e 70% entre 1995 e 2020 e os combustíveis fósseis
responderão por mais de 90% da demanda primária de energia em 2020.
Os danos ambientais das fontes
não renováveis já são bem conhecidos e grandes esforços no mundo têm sido
feitos para a paulatina introdução das energias renováveis no cenário
energético vindouro, conforme já mencionado. Países como Alemanha já lançaram
programas ambiciosos de substituição da geração de energia elétrica com usinas
nucleares por fontes renováveis de energia, como a eólica.
Quanto ao efeito estufa, várias
conferências têm sido realizadas para atingir um acordo entre os países que
possuem as maiores cotas de emissão dos gases de efeito estufa. O protocolo de
Kyoto estabeleceu em 1997 limites para a emissão de gases de efeito estufa para
os países signatários do acordo. Para atingir os objetivos do acordo, os países
pertencentes à Agência Internacional de Energia (IEA) chegaram a quatro
alternativas:
- Menor uso dos serviços de
energia com aquecimento, iluminação, transporte, motores e secagem industrial;
- Diminuir a quantidade de
energia necessária para produzir uma unidade de serviço de energia, através do
desenvolvimento e uso de sistemas, tecnologias de uso final e suprimento
energético mais eficientes;
- Mudança dos combustíveis
fósseis para os combustíveis não fósseis e dos hidrocarbonetos de molécula
maior para os hidrocarbonetos de molécula menor;
- Remover o carbono dos gases de
saída da combustão e armazená-lo.
A segunda opção implica no
desenvolvimento de novas tecnologias de conversão energética que sejam mais
eficientes, ou seja, que consigam retirar mais energia das fontes primárias, e
que possuam menor impacto ambiental. Por isso, o desenvolvimento de novas
tecnologias de conversão e os melhoramentos nas atualmente utilizadas são os
objetivos principais do empenho de governos, indústrias e da sociedade em geral
para atingir a sustentabilidade.
Fonte: www.multiciencia.unicamp.br
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