Riscos de impactos ambientais na área de expansão urbana
Muito já foi feito para reeducar
a sociedade na perspectiva da temática educação ambiental. Mas, sabemos, que um
fator para esta falta de conscientização é o crescimento urbano populacional de
forma desenfreada sem políticas públicas de conservação e prevenção do meio
ambiente, consequentemente do solo regional. A sociedade vive uma crise
ambiental jamais vista pelo fato que esta mesma sociedade propõe medidas
paliativas de inibição ao crime contra o ecossistema. Buscamos refletir
questões ambientais dentro do paradigma da educação brasileira uma vez que a
responsabilidade de preservar o ecossistema do planeta é responsabilidade do
sujeito, seja ele educador ou educando, pois ao contrário estamos fadados a
destruição. Os solos sobre os quais os homens desenvolvem suas atividades e
expandem suas cidades, estão cada vez mais escassos. Isto, em grande parte, é
devido ao seu uso indiscriminado, sem a mínima preocupação com o planejamento e
gestão. Esta situação faz com que áreas nobres e produtivas se degradem a ponto
de atingir estágios irreversíveis. Como se não bastasse a questão dos riscos
advindos de uma ocupação desordenada do espaço urbano e rural, temos um
problema que tem se agravado muito com o crescimento da cidade, ou seja, a
espacialização dos bairros e os eixos de crescimento que os mesmos seguem. A
falta de monitoramento do crescimento do município é um dos grandes obstáculos
à ação das prefeituras. Os cadastros desatualizados defasam a arrecadação de
impostos, as áreas de preservação são ocupadas, e as cidades começam a
apresentar uma ocupação desordenada.
As atividades antrópicas na
cidade, se não realizadas disciplinadamente, seguindo os adequados parâmetros
urbanísticos e ambientais, causam diversos tipos de poluição, com sacrifício à
qualidade de vida, acirrando o indesejável conflito entre os interesses da
proteção ambiental e do desenvolvimento socioeconômico, contrariando os
princípios do almejado desenvolvimento sustentável, que para concretizar-se
necessita, não do conflito, mas da conciliação entre esses interesses.
O avanço da urbanização, sua
escala e velocidade não constituem problema em si, não fosse o modo como
ocorreu. Deve-se estar atento para esse processo, pois a sustentabilidade do
aglomerado urbano metropolitano, em sua componente físico-urbanística,
relaciona-se com as seguintes variáveis: a forma de ocupar o território; a
disponibilidade de insumos para seu funcionamento (disponibilidade de água); a
descarga de resíduos (destino e tratamento de esgoto e lixo); o grau de mobilidade
da população no espaço urbano (qualidade do transporte público de massa); a
oferta e o atendimento às necessidades da população por moradia, equipamentos
sociais e serviços; e a qualidade dos espaços públicos.
Os problemas ambientais urbanos
nas cidades brasileiras não são novos, entretanto, o que está mudando é a
consciência social de que muitos deles poderiam ser evitados e a importância
que a solução desses problemas assume para a sociedade. Em um território
urbanizado, onde prevalecem a escassez de terra adequada e acessível para o
assentamento das populações de baixa renda e a precariedade nas periferias em
um quadro de exclusão e pobreza, dificilmente poderão ser equacionados os
problemas ambientais, sem uma política habitacional. Construir "cidade" é tarefa social
complexa, que requer investimentos públicos e privados, projetos e programas de
intervenção e justiça na distribuição dos benefícios urbanos. Não basta abrir
ruas e parcelar glebas em lotes, assim como para introduzir qualidade ambiental
na cidade informal não basta regularizar loteamentos ou urbanizar as favelas.
O uso diferenciado da cidade
demonstra que esse espaço se constrói e se reproduz de forma desigual e
contraditória. A desigualdade espacial é produto da desigualdade social, torna-se
preocupante a questão desse crescimento urbano, segregado, especulativo. Passar
por cima de leis urbanas e ambientais não é o melhor caminho para o progresso.
A questão de consultar alvarás, serve em
grande parte, para demonstrar a carência de informações extremamente
importantes para medidas de cunho preventivas. A falta de pessoal e
equipamentos da prefeitura implica na não fiscalização das leis, que, acabam
perdendo seus valores diante da inadimplência observada. O crescimento,
inchando os grandes centros, não é a melhor solução para os problemas de
moradia e bem estar, como comprovamos através de estudos e tempo, pois pode
trazer inúmeros problemas futuros, e aí sim, as novas gerações terão que arcar
com um preço muito maior.
Desta maneira, chamar a atenção
do Poder Publico, e também da sociedade civil e alertar para a problemática que
envolve esse crescimento desordenado e lucrativo hoje pode minimizar tais
infrações e corrigir situações que futuramente será tarde demais para
correções. Essa dinâmica através de uma gestão publica, de um plano diretor e
de boa vontade por parte das autoridades competentes e dos governos atuantes
podem fazer grande diferença hoje e para o futuro.
Fonte: Luiz Henrique Lopes
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