Entenda a tese sobre a nova era glacial
A queima de combustíveis e o
excesso da concentração de GEE (gases de efeito estufa) na atmosfera provocam o
aquecimento global, o que consequentemente aumenta a temperatura da Terra e
também resulta no derretimento das geleiras. Tudo isso parece fazer sentido,
até surgirem pesquisas que provem o contrário, que o planeta pode entrar no que
os cientistas classificam de nova era glacial e o tamanho dos polos (Antártida
e Antártica) irá crescer cada vez mais ainda nesta década.
O precursor dessa tese é Walter
González, cientista do INPE (Intituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que se
baseou em pesquisas do Laboratório de Jato Propulsão (JPL), setor de estudos
vinculados à Administração Nacional de Atmosfera e Espaço (NASA), dos Estados
Unidos, e trabalhou em conjunto com o pesquisador brasileiro Ezequiel Echer e
Bruce Tsurutani, do JPL. Os cientistas esperam que ocorra novamente o que eles
classificam de “Paradoxo da Hibernação Solar”, fenômeno no qual as atividades
do sol ficam reduzidas.
O mesmo fato já ocorreu na Idade
Média e no século 17. Nas duas épocas, a corona, camada externa do Sol com
aproximadamente dois milhões de graus Celsius, cessou por um período e não
liberou calor, o que possibilitou o resfriamento do espaço por um longo
período. De acordo com o grupo de estudos de González, “o ciclo solar já vem
apresentando essas baixas de produção de calor mesmo dentro do Mínimo Solar”,
período de redução das atividades que ocorreu em 2007, com duração de três
anos.
Entretanto, o resfriamento do sol
não é novidade. A fato já ocorreu em 1645, o que resultou no Efeito de Maunder
(nome do cientista que o observou), que durou 70 anos. Nesse período, de um
modo ilustrativo, é como se o Sol interrompesse suas atividades e usasse
somente uma “energia reserva” para funcionar. Ocorreu, portanto, o que os
especialistas denominam de miniglaciação.
Um pouco mais distante, no ano de
1400, o Sol desempenhou a mesma função no Efeito Spörer, e persistiu por 60
anos com efeitos dramáticos sobre o clima da Terra. Segundo o pesquisador do
INPE, em entrevista ao portal Eco 21, “Nestes dois eventos a temperatura do
planeta diminuiu num valor médio de 0,5 grau”.
A grande preocupação dos
cientistas é que não é possível prever quanto será mais fraca e sua duração.
Numa média de 250 a 300 anos, existe a tendência de ocorrer essas atividades
mínimas estendidas, como se o Sol tivesse se acalmado depois de um tempo de
trabalho intenso. E esse próximo período é exatamente a mesma época do mínimo
de Maunder. Ou seja, o resfriamento em fase natural pode ser acentuado e por
tempo indeterminado.
Um exemplo do vestígio da era
glacial é o que ocorre com a Antártica. O estudo, publicado no último mês de
agosto na revista Nature, liderado pelos cientistas da T.J. Fudge, do núcleo de
pesquisa da Universidade de Washington, levou em consideração o comportamento
da região desde a última era glacial e constatou que a parte Oriental da
Antártica esquentou apenas meio grau no ano de 1958.
O “Paradoxo da Hibernação Solar”
é o caminho contrário ao aquecimento global. O Sol, principal fonte de energia
em forma de calor agora estaria colaborando para o esfriamento. De certa forma,
esse fenômeno pode contribuir para que a temperatura da Terra não suba a ponto
de provocar diversos desastres naturais ao redor do mundo, como o tufão Hayan,
nas Filipinas. Além disso, a nova era glacial pode manter o habitat de ursos
polares e animais marinhos parcialmente intacto.
Fonte: www.pensamentoverde.com.br
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