O lixo mudou muito
Até a metade do século 20 o lixo
não significava um problema. A maior parte dele era formada por materiais
orgânicos, como restos de frutas e verduras, assim como de animais, e tudo isso
é degradável pela ação da natureza. O lixo era menor e facilmente transformado
pelo próprio Meio Ambiente em nutrientes para o solo.
Muitas pessoas tinham o hábito de
ter em suas casas uma horta ou uma criação de galinhas e outros animais
domésticos, a quem elas davam seus restos de comida. O que restava era
enterrado, retornando ao solo. Portanto, tudo ia muito bem. O pouco que sobrava
era recolhido e a natureza fazia sua parte. Entretanto, com o passar dos anos,
o modo de vida dos habitantes do planeta foi mudando. A maioria mudou-se das
áreas rurais para as cidades. As cidades foram crescendo, reduzindo o espaço de
moradia e o tempo disponível dos cidadãos. O resultado é que passou a fazer
parte da vida cotidiana a compra de alimentos e outros produtos embalados,
prontos para o consumo. Parecia que era a solução perfeita. Chegaram os
supermercados, as comidas prontas, o leite longa vida, os vegetais já
lavados.... ótimo!
Mas tudo isso passou a significar
também montanhas e montanhas de embalagens, sacos plásticos, caixas, isopor,
sacolas, sacolinhas, latas disso e daquilo.... E o que é pior: são materiais
que a natureza custa muito - quando consegue! - degradar e incorporar novamente
ao ciclo da vida.
Felizmente, grande parte desses
materiais pode ser reaproveitada ou reciclada, evitando o acúmulo de lixo no
solo de nossas cidades e reduzindo o desperdício de recursos naturais.
Mas esse movimento está apenas
começando. É necessária a colaboração de todos para que esse problema seja
amenizado.
O lixo que é retirado pelos
caminhões coletores da porta de nossas casas vai para algum lugar. Muitas vezes
esse lugar é impróprio, isto é, o lixo é jogado numa porção de terreno, sem
nenhuma preparação para evitar os danos que ele pode causar. Esses locais
chamam-se depósitos clandestinos de lixo ou lixões.
Depósitos clandestinos - são
aqueles locais onde um determinado cidadão ou empresa começa a jogar seu lixo.
Pronto! Em poucos dias o monturo vai-se avolumando e muitos começam a jogar
seus dejetos lá. Esses depósitos representam uma grave ameaça à saúde pública,
devem ser combatidos e denunciados.
DICA VERDE: Se você tem conhecimento de algum depósito clandestino
de lixo, denuncie-o ao órgão responsável pelo controle ambiental em seu estado
ou município.
Lixões - Os lixões também são
depósitos de lixo, sem nenhum tratamento, com a diferença de que são
institucionalizados, isto é, autorizados pelas Prefeituras. No Brasil esse
problema é gravíssimo, pois mais de 40% dos municípios deposita seu lixo em
lixões, segundo a pesquisa de saneamento ambiental do IBGE de 2000. Esses depósitos
causam poluição do solo, das águas que bebemos e do ar, pois as queimas
espontâneas são constantes. Muita gente pensa que, se o lixão está longe de sua
casa, ele não está lhe causando problemas. Isso é um grave engano. A poluição
causada por um lixão atinge muitos e muitos quilômetros em volta, ou até mais,
já que as águas e o ar movimentam-se.
O lixão traz ainda mais um
problema: atrai a população mais carente e desempregada, que passa a se
alimentar dos restos encontrados no lixo e a sobreviver dos materiais que podem
ser vendidos. Esse tipo de degradação humana não pode mais ser permitida e
somente a erradicação total dos lixões vai solucionar essa situação.
DICA VERDE: Verifique para onde o lixo de seu município está sendo
levado. Se for um lixão, não aceite, reclame das autoridades da prefeitura
outra solução, pois todos os habitantes da cidade estão tendo sua qualidade de
vida e saúde afetadas por essa situação.
Incineradores - Incineradores são
grandes fornos onde o lixo sofre uma queima controlada, com filtros para evitar
que os gases formados na combustão dos materiais atinja e polua a atmosfera.
Eles tem a grande vantagem de reduzirem o volume do lixo em até 85%, mas mesmo
assim existe uma sobra de cinzas e dejetos (os outros 15%), que precisam
necessariamente ser levados para um aterro sanitário. Os incineradores têm alto
custo de implantação, manutenção e operação e existe muita polêmica sobre a
segurança dos sistemas de filtragem, pois há evidências de que mesmo pequenas
falhas podem liberar gases altamente tóxicos, causadores de câncer. Os
incineradores são entretanto a forma mais indicada de tratamento para alguns
tipos de lixo, como os resíduos hospitalares e resíduos tóxicos industriais.
NOTA: Os incineradores estão sendo combatidos nos países mais
desenvolvidos do planeta, pelos problemas ambientais causados. Muitos foram
fechados por pressão popular, na América do Norte e na Europa. Ora, se os
países mais civilizados e ricos não querem os incineradores, vele a pena
pensarmos se eles são uma solução que nos convém, certo?
Aterros sanitários - São ainda a
melhor solução para o lixo que não pode ser reaproveitado ou reciclado.
Trata-se de áreas de terreno preparados para receber o lixo, com tratamento
para os gases e líquidos resultantes da decomposição dos materiais, de maneira
a proteger o solo, a água e o ar da poluição. Todos os municípios deveriam ter
um aterro para colocação do seu lixo. Dependendo do volume de lixo gerado,
existem aterros que podem ser implantados sem a necessidade de um grande
dispêndio de recursos, sendo acessíveis a qualquer orçamento municipal.
DICA VERDE: Pressione o prefeito e os vereadores de sua cidade a
implantarem um aterro sanitário o mais rápido possível, para colocação do lixo.
Não aceite desculpas, como falta de recursos: o aterro sanitário é tão
necessário à manutenção da saúde em seu município quanto as demais atividades
do governo municipal.
Fonte: www.institutogea.org.br
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