Planejamento Ambiental
O planejamento ambiental no
Brasil surge oficialmente a partir de 1981, isso em razão do aumento dramático
da competição por terras, água, recursos energéticos e biológicos, que gerou a
necessidade de organizar, e de compatibilizar esse uso com a proteção de
ambientes ameaçados e de melhorar a qualidade de vida das populações, além de
surgir também como uma resposta adversa ao desenvolvimento tecnológico,
puramente materialista, buscando o desenvolvimento como um estado de bem estar
humano, ao invés de um estado de economia nacional. O planejamento ambiental
vem como uma solução a conflitos que possam ocorrer entre as metas da
conservação ambiental e do planejamento tecnológico.
Neste mesmo processo de
apresentação histórica do planejamento ambiental, na Europa, no final do séc.
XIX eram poucos os que se preocupavam com a construção das cidades aliada à
conservação dos elementos da natureza. Portanto, a cidade foi composta e
planejada por partes sem a preocupação de torná-las interativas. Tanto que o planejamento
após a segunda Guerra Mundial passou a atender uma sociedade voltada para o consumo
e, sem dúvida, o planejamento de base econômica foi induzido pela Revolução Industrial
e foi visto como uma maneira de alcançar com mais rapidez o crescimento desenvolvimentista,
onde se tornaram comuns em vários níveis de governo.
No caso
do Brasil
O espírito desenvolvimentista da
década de 1950 enraizou-se no Brasil e as décadas de 1960 e 1970 apresentaram
um país com prioridade na industrialização. Desta forma, têm-se documentos que
baseados na premissa de que o principal impacto era a pobreza, estimulavam, e
muito, a geração de poluentes e o depauperamento dos recursos naturais. Nesse
período, os governos brasileiros tiveram pouquíssima preocupação com o meio. No
entanto, não se pode deixar de lembrar que a grande preocupação com o meio
ambiente deu-se já a partir da década de 1960 nos EUA, propagando-se para
outros países e fazendo com que eles debatessem temas como avaliação de
impactos ambientais, planejamento e gerenciamento ambiental. Na década de 1970,
aderiram à discussão países como Canadá, Japão, Nova Zelândia, Austrália e a
Europa Ocidental e, na década de 1980, a América Latina, Europa Oriental, União
Soviética e Sul e Leste Asiático. Na década de 1990, os países da África, do
mundo árabe e a China iniciaram um debate sobre os problemas ambientais. Sob
essa perspectiva, o Brasil se inseriu na gestão em fins dos anos de 1970 e
início dos anos de 1980.
Assim, quando se planeja sob o
ponto de vista desenvolvimentista, as diretrizes, propostas ou medidas não
condizem, de forma geral, com a verdade política, tecnológica e financeira.
Portanto, falar sobre qualidade
de vida e igualdade social soa no mínimo confuso e inexequível diante das
realidades globais e regionais vigentes, pois ao que aparece nos planejamentos
são, comumente permeados de contradição e conflitos de interesses. Não é propriamente
a falta de conhecimento e de experiência que leva a esta condição. Porém, não existe
dúvida do que deve ser inseridos nos processos como a participação da sociedade
e o envolvimento das lideranças, bem como maior integração de planos regionais.
E, ainda a principal questão é como desenvolver e/ou implementar1 diante de uma
produção completamente voltada ao consumo.
No entanto, o planejamento
ambiental com interesse meramente econômico precisa ser reavaliado, pois, até
então o acelerado desenvolvimento industrial passou a provocar graves consequências
como, por exemplo: poluição, desigualdades sociais e também um acelerado crescimento
da criminalidade além do alto consumo.
O planejamento ambiental tem como
papel importante o de orientar os instrumentos metodológicos, administrativos,
legislativos e de gestão para o desenvolvimento de atividades num determinado
espaço e tempo, incentivando a participação institucional e dos cidadãos, induzindo
as relações mais estreitas entre sociedade e autoridades locais e regionais. É importante
ressaltar que a ênfase do planejamento está na tomada de decisões, subsidiadas num
diagnóstico que, ao menos, identifique e defina o melhor uso possível dos
recursos do meio planejado.
No caso da gestão ambiental
devemos levar em consideração, os esforços de complexização da análise
estrutural a partir da categoria de Formação Econômica e Social (FES), que
surgiu no pensamento marxista como uma necessidade de subtrair as tendências
economicistas e mecanicistas que buscavam dar conta da complexidade da organização
cultural em termos de uma articulação de modos de produção, fundado nas estruturas
produtivas e nas relações sociais de produção tal qual se abrem para a construção
de uma categoria operativa para a pesquisa e a gestão ambiental, que permita
assim integrar os diversos processos que conformam uma unidade ambiental de
ordenamento produtivo e sustentável, dos recursos ou dos processos de
reprodução e transformação social, num espaço geográfico e econômico
delimitado.
É importante frisar que não se
deve confundir planejamento ambiental com gestão, pois a proposta é de que a
gestão ambiental seja interpretada. Como uma integração entre o planejamento, o
gerenciamento e a política ambiental, nesta direção o planejamento ambiental é
visto como o estudo que visa à adequação do uso, controle e proteção ao
ambiente, além de um atendimento das aspirações sociais e governamentais expressas
ou não em uma política ambiental.
Uma estratégia eficaz de política
e gestão ambiental, pode se basear na definição de indicadores ambientais que
permitam o mínimo de avaliação constante do nível de sustentabilidade do
processo econômico/social, a construção desses indicadores pode subsidiar a
implantação de políticas ambientais públicas associadas às melhorias dos
padrões avaliados.
Sendo assim, o que se espera com
o planejamento ambiental é que temas biológicos, físicos e socioeconômicos,
sejam tratados de forma integrada e possibilite ações práticas direcionadas à
solução do problema.
Fonte: Ivanir Ortega Rodrigues da Silva & Mafalda Nesi
Francischett
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