Na natureza, nada se cria, nada se perde; tudo se transforma
A ideia expressa no título do
artigo, na verdade, não nasce com o famoso químico francês do século XVIII. Já
o poeta latino Ovídio, que viveu em parte no século I, escreveu em seu livro
Metamorfose: “Omnia mutandor nihil inerit”, ou seja, “Tudo muda, nada morre”.
Bem mais tarde, provavelmente em
1604, o filósofo britânico Francis Bacon escreve um livro chamado Cogitationes
de Natura Rerum, no qual diz algo muito parecido com a famosa frase de
Lavoisier.
De fato, ele afirma: “que todas
as coisas mudam, e que nada realmente perece, e que a soma da matéria permanece
a mesma é suficientemente certo”.
Em que sentido essa ainda não é a
frase de Lavoisier? É no uso da afirmativa, de natureza filosófica,
“suficientemente certo”. O químico francês vai substituí-la pela
experimentação.
É com a balança que a Química
moderna começa a mudar. É só a partir de então que esta ideia impressionante
ganha status científico. Suas consequências são enormes.
Eu diria, do ponto de vista
cosmológico, que esse princípio só é compatível com um Universo Eterno, como
defende, por exemplo, o cosmólogo brasileiro Mario Novello. Mas isso é uma
outra história...
Quero abordar, aqui, o que esta
máxima de Lavoisier tem a ver com as questões ambientais.
Num ecossistema saudável e que
teve um tempo suficientemente grande para evoluir, a própria Natureza se
encarrega de transformar tudo que nela nasce: animais, árvores, plantas etc.
Como exemplo, podemos considerar
a riqueza de vida do chão das florestas que tudo transforma em rico adubo. Formigas,
besouros, bactérias, fungos e outros seres vivos estão constantemente
trabalhando para darem suas contribuições e, é claro, se alimentarem.
Entretanto, ao introduzirmos uma
planta estranha a esse sistema, ele pode não estar preparado para decompô-la
depois de sua morte. O mesmo acontece com produtos industrializados. O que a
própria Natureza fabricou, ela sabe como transformá-lo.
Mas uma simples fralda, por
exemplo, pode levar mais de 600 anos para se degradar.
Portanto, só há um modo de se
fazer valer a lei de Lavoisier: é investir pesado na reciclagem daquilo que o
homem produz e cuja decomposição espontânea levaria um tempo inaceitável para
ocorrer. Isso vale também para os lixos atômicos.
Já se sabe que não há como o
planeta suprir recursos para que todo ele alcance o padrão de vida
norte-americano ou europeu.
Neste sentido, acho que não
seremos sustentáveis.
O caminho, me parece, é fazer
valer cada vez mais cedo e em maior escala a lei de Lavoisier por uma
interferência consciente e continuada do homem.
Fonte: Francisco Caruso
natureza interessante
ResponderExcluiramei esse blog !!!!!!!!! queria que você publicasse uma materia sobre os animais em extinção