Terra entra no vermelho - Dívida Ecológica
Os habitantes da Terra entraram
novamente no "cheque especial" em termos de "dívida
ecológica", depois de terem esgotado em apenas oito meses o equivalente
aos recursos naturais que o planeta pode produzir em um ano sem comprometer sua
reposição, anunciou a Global Footprint Netwart.
Esta ONG calcula todos os anos o
dia em que o consumo da humanidade de recursos naturais (alimentos,
matérias-primas, absorção de dejetos e de CO2...) ultrapassa o que a natureza
pode gerar em um ano sem reduzir seu capital.
O chamado "Dia da
Sobrecarga" ("Overshoot Day") acontece neste 20 de agosto,
segundo a ONG com sede nos Estados Unidos e presente na Europa e no Japão. Até
31 de dezembro, os humanos viverão de provisões que já estão superexploradas, como
no caso dos peixes, por exemplo. E também viverão em um planeta mais poluído
devido ao acúmulo de CO2 na atmosfera causando o aquecimento global.
Isso aconteceu em meados de
novembro dos anos 80, em outubro nos anos 90, em setembro nos anos 2000... Esta
data simbólica e aproximada, que em 2012 aconteceu em 23 de agosto, é
antecipada um pouco a cada ano. Isso supõe um claro sinal, segundo a ONU, do
nível de vida cada vez menos sustentável dos habitantes da Terra, cada vez mais
numerosos.
Durante algum tempo, a Terra
conseguiu suprir as necessidades dos homens sem se esgotar, mas o "limite
crítico" foi atingido nos anos 70 com a elevação do consumo e da
população, recordou a Global Footprint Network, criada em 2003. E nossa
"dívida ecológica" só fez crescer desde então.
Ao ponto em que hoje precisamos
de "um planeta e meio" para responder de forma duradoura às
necessidades dos habitantes da Terra durante um ano, enfatizou, por sua parte,
a WWF, associada à operação.
Se cada pessoa no mundo vivesse
como um habitante médio dos Estados Unidos, seriam necessárias quatro Terras.
Se cada habitante do planeta adotasse o nível de vida de um chinês, a cifra
diminuiria, mas apenas um planeta ainda não seria suficiente (1,2 Terra).
"Hoje em dia, mais de 80% da
população mundial nos países usam mais recursos que seus próprios ecossistemas
podem renovar", advertiram as duas associações.
"Globalmente, estamos numa
trajetória na qual precisaremos dos recursos de dois planetas muito antes de
meados do século XXI", advertiram os defensores do planeta.
Esta "dívida ecológica"
crescente é, à semelhança da dívida financeira dos países, dificilmente
sustentável por mais tempo, afirmou Alessandro Galli, diretor regional da
Global Footprint Network para África do Norte e Oriente Médio.
"Os déficits ecológico e
financeiro são as duas faces de uma mesma moeda. Em longo prazo, os países não
podem enfrentar um deles sem se interessar pelo outro", afirma em um
comunicado.
Fonte: www.noticias.terra.com.br
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