Empreiteira Sustentável – Lucro ou Dor de Cabeça
Uma grande dúvida que assola os
empresários do setor de construção civil é se ao adequar o seu negócio para uma
forma sustentável de operação, essas mudanças levariam a um aumento de custos
significativos e que a criação de uma empreiteira sustentável acabaria gerando
grandes dores de cabeça financeiras e seria impossível competir com o mercado e
com as outras empreiteiras tradicionais.
Esse receio se manifestou muito
fortemente nos países menos desenvolvidos quando a “moda” das empresas
sustentáveis ganhou impulso nos países mais ricos. A perspectiva de rastrear a
origem e estudar como eram extraídos ou produzidos os insumos usados pelas
empreiteiras, bem como as implicações envolvidas no tratamento e no cuidado com
o descarte de resíduos produzidos durante a execução das obras; criava para
muitos empresários a ideia de que uma empreiteira sustentável era apenas um
modismo para ricos e perdulários e que jamais representaria uma empresa
economicamente viável dado ao enorme volume de custos fixos e variáveis que
essa atividade e todos esses controles que eram necessários para a certificação
demandarem.
Além disso, restava ainda o
problema de que uma empreiteira sustentável deveria manter excelentes relações
trabalhistas e atuar também com um cuidado em relação aos impactos provenientes
de seus projetos e construções nas comunidades e aglomerados humanos existentes
nos locais onde seriam executadas as obras.
A equação, gastos e custos versus
lucratividade e preço final de um empreendimento sustentável assustava até aos
mais audaciosos empresários e trava o sono de muitos que desejavam aplicar os
conceitos de sustentabilidade ao seu negócio.
No entanto, com a popularização
das empresas sustentáveis na Europa e nos Estados Unidos, começou-se a perceber
que qualquer modelo de negócio poderia ser gerido como uma empresa sustentável
e, ainda sim, ter lucro e apresentar um excelente retorno financeiro. Os
problemas oriundos do aquecimento global e o medo causado pelas notícias de que
alguns recursos naturais essenciais começavam a ter suas reservas ameaçadas
pela exploração desenfreada, acabou criando na população mundial uma
necessidade de amenizar a “culpa” e consequentemente inúmeras pessoas
apresentaram-se dispostas a pagar um pouco mais pelos produtos e serviços
oferecidos por essas empresas que seguiam os preceitos da sustentabilidade.
Com isso, empresas que haviam se
tornado ou sido criadas como empreiteiras sustentáveis vendiam seus
empreendimentos e realizavam projetos nesses países muito mais rapidamente e
facilmente do que havia sido imaginado pelos estudiosos da área.
Os primeiros projetos realizados
por uma empreiteira sustentável aqui em nosso país também representaram um
grande sucesso de marketing e de vendas. Esse sucesso abriu as portas para uma
infinidade de empresários adotarem os parâmetros de sustentabilidade em seus
negócios e deu a certeza de que o público brasileiro também está disposto a
cobrir os custos de um empreendimento realizado por uma empreiteira sustentável
e que interfira ou agrida o mínimo possível o meio ambiente. Muito mais que
simples convencimento e modismo, a razão pela qual a população interessada paga
um pouco mais por esses projetos é muito simples: A economia gerada, em longo
prazo, pela economia de recursos na manutenção do prédio e nos gastos pelas
unidades habitacionais com água e energia elétrica compensam plenamente e
representam, muitas vezes, valores muito maiores do que os pagos inicialmente a
mais pelo comprador do imóvel.
Assim, uma empreiteira
sustentável é muito mais uma oportunidade de lucro do que uma dor de cabeça ou
um modismo passageiro.
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