Construção Ecológica
“Construção ecológica”,
“construção sustentável”, “arquitetura bioclimática”. Todos estes conceitos
estão relacionados a uma ocupação inteligente do espaço construído de forma
harmônica com o meio ambiente. Entretanto, cada um tem suas particularidades e
seus focos de trabalho diferenciados.
A arquitetura bioclimática tem
como foco principal o conforto e bem-estar do morador/usuário através da
adaptação da construção ao clima local gerando um melhor aproveitamento
energético. A construção sustentável visa a redução do impacto ambiental da
construção através da utilização de técnicas, materiais e tecnologias menos
agressivas antes, durante e depois da obra, que garantam a sustentabilidade do
empreendimento através do uso de materiais duráveis, reuso de água e formas
alternativas de energia. Já a construção ecológica, embora tenha o mesmo
objetivo da anterior, possui uma estratégia diferente através da utilização de
materiais disponíveis no próprio local da construção, além de defender a
integração da construção com a paisagem de forma a causar o menor impacto
visual possível. É desta última que trataremos aqui.
A arquitetura ecológica tem como
objetivo principal a utilização de materiais disponíveis no próprio local de
construção confeccionados de maneira artesanal ou semi-artesanal e que usam, na
maioria das vezes, materiais renováveis como palha e fibras vegetais (a terra,
muito usada neste tipo de construção, não é renovável, porém pode ser
reutilizada inúmeras vezes). Um exemplo são os esquimós que usam o gelo, os
índios que usam a terra, e vários outros exemplos de povos tradicionais que
dispunham apenas de recursos locais. É quase que uma conseqüência que essas
construções mantenham uma integração com o ambiente local, interferindo
minimamente na paisagem.
Claro que ninguém terá de morar
em um iglu. Alguns exemplos de construções modernas que seguem o conceito de
construção ecológica podem ser vistas na Alemanha, EUA e México por exemplo.
Aqui no Brasil, a prática ainda é
pouco difundida e sofre um certo preconceito embora tenha sido largamente
empregada em cidades históricas que tem várias casas feitas de adobe.
Na verdade, trata-se de um
resgate de técnicas construtivas tradicionais que utilizam materiais feitos
basicamente de terra (alguns utilizam terra e cimento em pequenas quantidades,
outros utilizam terra e fibras vegetais, e etc.) e por isso, com praticamente
nenhum impacto ambiental. É claro que as técnicas evoluíram e hoje, contamos
com opções diversas de materiais e acabamentos que permitem um visual muito
mais arrojado que antigamente além de maior durabilidade, embora as cidades
históricas não deixem negar que estes materiais já são bastante resistentes: na
Alemanha, na cidade de Weilburg, está o prédio mais alto da Europa construído de
terra crua (taipa-de-pilão). Com 7 andares, o prédio já resistiu a um incêndio
e tem quase 200 anos.
Alguns outros materiais que podem
ser utilizados em construções ecológicas são: madeiras, pedras, adobe (blocos
de terra crua que não passam pelo processo de cozimento dos tijolos
convencionais), cob (mistura de barro com fibras vegetais sovados muito usado
na Inglaterra), terra-palha ou somente palha prensada na forma de blocos
(strawable), calfetice (barro, cal, cimento e fibra vegetal misturados), super-adobe
(mistura tipo adobe apiloada em sacos de polipropileno). Cada material exige
cuidados específicos para sua utilização e manutenção e oferecem possibilidades
diferenciadas de trabalho.
Da mesma forma que na construção
sustentável, na construção ecológica não
podem faltar medidas para economia no uso da água, eficiência energética e
gerenciamento de resíduos, assim como, é importante observar sempre se os
materiais utilizados foram extraídos de forma sustentável (sem desmatamento e
outras degradações).
Fonte: www.espiralando.com.br
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