Ensinar e Aprender com a Educação Ambiental
A crescente preocupação em
relacionar a educação com a vida do educando não é novidade. Ela é discutida
especialmente desde a década de 60 no Brasil. Porém, a partir da década de 70,
com o crescimento dos movimentos ambientalistas, passou-se a adotar a expressão
Educação Ambiental para qualificar iniciativas de universidades, escolas,
instituições governamentais e não governamentais pelas quais se busca
conscientizar setores da sociedade para as questões ambientais. Um importante
passo foi dado com a Constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se
tornou exigência constitucional a ser garantida pelos governos federal,
estaduais e municipais.
”A principal função do trabalho com o tema
Meio Ambiente em sala de aula é contribuir para a formação de cidadãos
conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um
modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local
e global”.
Os conteúdos de Meio Ambiente são
integrados ao currículo através da transversalidade, pois são tratados nas
diversas áreas do conhecimento, de modo a impregnar toda a prática educativa e,
ao mesmo tempo, criar uma visão global e abrangente da questão ambiental. As
áreas de Ciências Naturais, História e Geografia são as principais parceiras
para o desenvolvimento dos conteúdos relacionados, pela própria natureza dos
seus objetos de estudo. As áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Educação
Física e Arte ganham importância fundamental por constituírem instrumentos
básicos para que o educando possa conduzir o seu processo de construção do
conhecimento sobre meio ambiente.
Realidade
Atual
Vamos salvar a ecologia? Salve o
verde! Respeite a Natureza.
Frases como estas, ouvimos todos
os dias, principalmente nos meios de comunicação de massa. São expressões, no
entanto, que na maioria das vezes, vêm nos indicar o modismo com que são
tratadas as questões relacionadas ao meio ambiente.
Ecologia tornou-se moda. Mas será que Ecologia
ou meio ambiente dizem respeito somente à natureza?
Nós, como professores, devemos
explicar apenas como funcionam os ciclos naturais e incentivar nossos alunos a
respeitarem a natureza, ou ensinar a fotossíntese e comemorar o Dia da Árvore?
Atualmente, com certeza,
descobrimos que isto não nos basta. Sim, precisamos ir além no trabalho de
educação escolar.
A preocupação com a preservação
do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida tornou-se algo cotidiano e a
Educação Ambiental se apresenta como um campo de estudos preocupados com a formação
de pessoas conscientes do planeta em que vivem.
Quando trabalhos a Educação
Ambiental, não significa que devemos apenas falar sobre meio ambiente, mas sim,
abordar as complexas relações de interdependência entre os diversos elementos
da natureza da qual fazemos parte e somos capazes de conhecer e transforma assim
como, também, é preciso entender que nós não nos relacionamos com a natureza
apenas como indivíduos, mas principalmente por meio do trabalho e de outras
práticas sociais e que, portanto, as relações de todos nós com ela têm
dimensões econômicas, políticas e éticas.
Desta forma, atualmente, quando
nos dispomos a discutir temas do meio ambiente, significa que precisamos tratar
de questões complexas como, por exemplo, indústria, miséria, desenvolvimento e
saneamento básico.
Sabemos que, ao longo da
caminhada do ser humano, em sua história, filósofos, cientistas, artistas,
religiosos e o próprio povo, têm expressado sua admiração pela natureza que os
rodeiam e uma crescente preocupação em protegê-la. Além disso, podemos observar
atualmente que o agrupamento de uma série de questões relacionadas com as
diversas formas de degradação do meio ambiente vêm despertando e motivando boas
parcelas da população a um estado de alerta, no que diz respeito à problemática
ambiental.
Falar em preservação, conservação
do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida tornou-se algo corriqueiro. É
uma preocupação que está na ordem do dia segundo a sua importância.
Isso significa que, de uma forma
ou de outra, as pessoas têm ouvido falar sobre questões de degradação e
conservação ambiental. Algumas criticam tais questões, outras nelas acreditam,
e outras ainda, nem se dignam a ouvir.
Mas, ao nosso redor, há provas de
que a degradação da natureza, deterioração do meio ambiente e,
consequentemente, a queda da qualidade de vida da população não podem mais ser
tratadas com indiferença, tanto pela sociedade como pelos governantes e pela
própria escola.
Nas últimas décadas, por exemplo,
devido ao processo agroindustrial acelerado e descontrolado, centenas de rios
foram contaminados pelo lixo e esgoto neles despejados e pelo despreparo da
população e das instituições como um todo, rios estes que são fontes de
abastecimento para várias cidades do país. Além desse fato, podemos flagrar
dezenas de outros, que aparecem diariamente diante de nossos olhos, como a
matança ilegal de animais, os desmatamentos, as queimadas, e outros fatos que
acabam atingindo nossa própria qualidade de vida.
Tais atividades predatórias, presentes em
nossa história desde o \"descobrimento\" do Brasil, não vêm atingindo
apenas a natureza, elas chegam a refletir, principalmente, nos centros urbanos.
Neles, a falta de saneamento básico, a ocupação irregular do solo, além da
poluição afetam diretamente a qualidade de vida de homem, mulheres e crianças,
causando, por exemplo, diversos tipos de doenças e surtos epidêmicos. Desde o
seu \"descobrimento\", em 22 de abril de 1500, pode se afirmar que se
iniciou um largo processo de deterioração e exploração da natureza. No referido
ano, em 1º de maio, para realizar a 2ª missa, foi feita uma cruz gigante de
madeira e aberta uma clareira na floresta, marcando assim o início de devastação
da natureza e aculturação indígena. Claro está que a grande maioria de nossos
problemas ambientais apresenta sua raízes ligadas a fatores sócio econômicos,
políticos e culturais, e tais problemas não podem, e nem devem ser previstos, e
até resolvidos, apenas por meios tecnológicos. Ao abordarmos tais problemas,
também sob o aspecto apenas ecológico que é uma confusão que ainda permeia
muitos estudos brasileiros verificamos um profundo desconhecimento e uma visão
simplista da realidade que nos cerca e que precisamos, com urgência, modificar.
Assim, diante de tais colocações,
frisamos a emergência e a importância da Educação Ambiental nos dias de hoje,
pois ela não se limita a ensinar apenas os mecanismos de equilíbrio da
natureza. Ensinar Educação Ambiental é ir além. Além do amor à natureza e do
conhecimento de seus mecanismos, é preciso aprender a fazer valer nossos ideais
com relação aos destinos da sociedade em que vivemos e do planeta em que
habitamos.
Em nossa sociedade, parte desses
ideais estão relacionados à escola, a quem atribuímos a função de desenvolver
certos conhecimentos considerados básicos, como, leitura, matemática, conceitos
de ciências, entre outros. Tais conhecimentos são considerados fundamentais
sobretudo para que as pessoas possam exercer a sua cidadania, ou seja,
participar das decisões sobre os destinos de seu país, exigir seus direitos e
cumprir seus deveres.
Nesse conjunto, as questões do
meio ambiente, vistas do prisma meio ambiente, posso destacar a escola como um
espaço importante e favorável para o desenvolvimento da Educação Ambiental.
Fonte: Rosimeire Maria Orlando Zeppone
obrigado pela aula, parabens.
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