Coleta Seletiva
A coleta seletiva e a reciclagem
de lixo têm um papel muito importante para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se
matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de
exaustão dos recursos naturais não-renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento
dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva de lixo. Esta
publicação tem como finalidade indicar os principais passos para a implantação
de um sistema de coleta, de forma simples e objetiva.
O QUE É
COLETA SELETIVA
É um sistema de recolhimento de
materiais recicláveis: papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos,
previamente separados na fonte geradora e que podem ser reutilizados ou
reciclados. A coleta seletiva funciona, também, como um processo de educação
ambiental na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os problemas do desperdício
de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo.
O QUE É A
RECICLAGEM
É o processo de transformação de
um material, cuja primeira utilidade terminou, em outro produto. Por exemplo:
transformar o plástico da garrafa PET em cerdas de vassoura ou fibras para
moletom. A reciclagem gera economia de matérias-primas, água e energia, é menos
poluente e alivia os aterros sanitários, cuja vida útil é aumentada, poupando
espaços preciosos da cidade que poderiam ser usados para outros fins como
parques, casas, hospitais, etc.
RECICLÁVEL
É DIFERENTE DE RECICLADO
Reciclável indica que o material
pode ser transformado em outro novo material. Reciclado indica que o material
já foi transformado. Algumas vezes, o material que foi reciclado pode sofrer o
processo de reciclagem novamente. Certos materiais, embora recicláveis, não são
aproveitados devido ao custo do processo ou à falta de mercado para o produto
resultante.
RECICLAR
É DIFERENTE DE SEPARAR
Reciclar consiste em transformar materiais
já usados em outros novos, por meio de processo industrial ou artesanal.
Separar é deixar fora do lixo tudo que pode ser reaproveitado ou reciclado. A
separação ou triagem do lixo pode ser feita em casa, na escola ou na empresa. É
importante lembrar que a separação dos materiais de nada adianta se eles não
forem coletados separadamente e encaminhados para a reciclagem.
Participar
utilizando os 3Rs
REDUZIR - Evitar a produção de resíduos, com a revisão de seus
hábitos de consumo. Ex: preferir os produtos que tenham refil.
REUTILIZAR - Reaproveitar o material em outra função. Ex: usar os
potes de vidro com tampa para guardar miudezas (botões, pregos, etc.).
RECICLAR - Transformar materiais já usados, por meio de processo
artesanal ou industrial, em novos produtos. Ex: transformar embalagens PET em
tecido de moletom.
Vários segmentos de uma
comunidade podem participar do programa de coleta seletiva. Cada um fazendo uma
parte e se beneficiando dos resultados. Exemplo disso é a parceria entre as
unidades produtoras de lixo e gestoras da coleta seletiva (condomínios, escolas,
empresas, etc.) e as cooperativas ou associações que receberão os materiais
selecionados e que muitas vezes podem se encarregar da retirada dos mesmos.
Vantagens
da coleta seletiva
Contribui para a melhoria do meio
ambiente, na medida em que:
* Diminui a exploração de
recursos naturais
* Reduz o consumo de energia
* Diminui a poluição do solo, da
água e do ar
* Prolonga a vida útil dos
aterros sanitários
* Possibilita a reciclagem de
materiais que iriam para o lixo
* Diminui os custos da produção,
com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias
* Diminui o desperdício
* Diminui os gastos com a limpeza
urbana
* Cria oportunidade de fortalecer
organizações comunitárias
* Gera emprego e renda pela
comercialização dos recicláveis
Roteiro
para implantação
Um programa de coleta seletiva
não é tarefa difícil de se realizar, porém é trabalhosa, exige dedicação e
empenho. Engloba três etapas: PLANEJAMENTO,
IMPLANTAÇÃO e MANUTENÇÃO, todas com muitos detalhes importantes. O primeiro
passo para a realização do programa é verificar a existência de pessoas interessadas
em fazer esse trabalho. Uma pessoa sozinha não conseguiria arcar com tudo por
muito tempo, e uma das principais razões para o sucesso de programas desse tipo
é o envolvimento das pessoas. Identificados alguns interessados, o próximo movimento
é reuni-los em um grupo, que será o responsável pelas três etapas.
É importante, desde o início e
durante o processo, informar as pessoas da comunidade envolvida sobre os passos
que serão dados e sempre convidá-las para participar, utilizando-se das formas
costumeiras de organização e comunicação daquele local (reuniões de
professores, da APM, de condôminos, de SABs, etc.).
Planejamento
1. Conhecendo um pouco o lixo do local
* Número de participantes
(alunos, moradores, funcionários);
* Quantidade diária do lixo
gerado (pode ser em peso ou número de sacos de lixo);
* De quais tipos de resíduos o
lixo é composto e porcentagens de cada um (papel, alumínio, plástico, vidro, orgânicos,
infectante, etc.);
* O caminho do lixo: desde onde é
gerado até onde é acumulado para a coleta municipal;
* Identificar se alguns materiais
já são coletados separadamente e, em caso positivo, para onde são encaminhados.
2. Conhecendo as características do local
* Instalações físicas (local para
armazenagem, locais intermediários);
* Recursos materiais existentes
(tambores, latões e outros que possam ser reutilizados);
* Quem faz a limpeza e a coleta
normal do lixo (quantas pessoas);
* Rotina da limpeza: como é feita
a limpeza e a coleta (frequência, horários).
3. Conhecendo um pouco o mercado dos recicláveis
* Doação: uma opção para quem vai
implantar a coleta seletiva é encaminhar os materiais para associações ou cooperativas
que, por sua vez, vendem ou reaproveitam esse material. Se for esta a opção, é
bom ter uma lista desses interessados à mão. No site da SMA existe uma lista
com algumas entidades. Esta lista poderá ser complementada por meio de pesquisa
na sua região, pois há muitas entidades beneficentes que aceitam materiais
recicláveis.
* Venda: preços e compradores
podem ser consultados no site da SMA, em listas telefônicas (sucatas, papel, aparas,
etc.) ou nos sites indicados no final desta publicação.
4. Montando a parte operacional do projeto
Com todos os dados obtidos até
esse ponto (as quantidades geradas de lixo por tipo de material, as possibilidades
de estocagem no local, os recursos humanos existentes, etc.), está na hora de
começar a planejar como será todo o esquema.
Agora deve-se decidir:
* se a coleta será de todos os
materiais ou só dos mais fáceis de serem comercializados;
* se a armazenagem dos
recicláveis será em um lugar só ou com pontos intermediários;
* quem fará a coleta;
* onde será estocado o material;
* para quem será doado e/ou
vendido o material;
* como será o caminho dos
recicláveis, desde o local onde é gerado até o local da estocagem;
* como será o recolhimento dos
materiais, inclusive frequência.
5. Educação ambiental
Esta parte é fundamental para o
programa dar certo: integra todas as atividades de informação, sensibilização e
mobilização de todos os envolvidos.
* O primeiro passo consiste em
listar os diferentes segmentos envolvidos. Ex: 1. Nas escolas: todos os alunos,
professores, funcionários da área administrativa e da limpeza e pais devem
participar. Ex: 2. Em um condomínio:moradores (jovens, crianças, adultos),
funcionários da limpeza e empregadas domésticas.
* O segundo passo é pensar que
tipo de informação cada segmento deve receber.
* O terceiro passo é: pensando em
cada segmento e nas informações que se quer passar, PLANEJAR quais atividades propor para cada
segmento, visando atingir com mais sucesso o objetivo. Entre as atividades usadas, sugerimos:
cartazes, palestras, folhetos, reuniões, gincanas, festas, etc. Realizar uma variedade grande de
atividades sempre é melhor, pois atinge mais pessoas.
IMPLANTAÇÃO
1. Preparação: etapa crucial, que contribui muito para o sucesso do
programa Uma vez desencadeado o processo, ajustes sempre serão necessários, mas
é importante manter seu controle. Divisão dos trabalhos: para garantir a
realização das várias tarefas e contatos planejados é a estratégia mais
eficiente. O grupo responsável, ou um grupo ampliado para essa fase, deverá
tomar as providências acertadas:
* compras, se necessário;
* confecção de placas
sinalizadoras, cartazes, etc.;
* instalação dos equipamentos;
* treinamento dos funcionários
responsáveis pela coleta;
* elaboração de folhetos
informativos (horários, frequências, etc.).
Acertos finais: normalmente com
uma ou duas reuniões se resolve o que está pendente e pode-se, finalmente,
partir para a inauguração.
2. Inauguração do programa : Deve ser um evento bem divulgado e ter
sempre uma característica alegre, criativa, de festa, mas no qual as informações
principais também possam ser passadas. Pode ser uma exposição, uma palestra.
Faça desta data algo marcante.
MANUTENÇÃO
1. Acompanhamento
Acompanhamento e gerenciamento da
coleta, do armazenamento, venda e ou doação dos materiais.
2. Levantamento
Levantamento das quantidades
coletadas e receita gerada (caso o material tenha sido vendido), até setorizado
por tipo de material se possível.
3. Atividades contínuas de informação e sensibilização
Retomar os objetivos e divulgar
notas em jornais/boletins (internos), palestras, reuniões, gincanas, cartazes,
são estratégias que incentivam.
4. Balanço
Balanço de andamento e resultados
do programa. É fundamental que sejam divulgados.
Fonte: Secretaria de Estado do Meio Ambiente
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